domingo, 12 de julho de 2020

DARK: O TEMPO E O KHARMA


Dark, é uma serie da netflix que aborda a viagem no tempo de uma maneira bastante sofisticada  e revolucionária, usando elementos fortes da Física Quântica , como o Paradoxo de Bootstrap e  o experimento do Gato de Schrodinger. 

Mas  o que realmente podemos aprender com essa história? qual é seu fundamento além da ciência para Realidade Espiritual?




"O tempo não é linear"


 A série abre com essa afirmação um tanto pertinente e isso levanta muitos questionamentos profundos e dignos, nos quais os filósofos existenciais como Kant, Schopenhauer e Hegel abordaram  questões sobre o destino, a vida e a morte e o livre arbítrio. 
                             


 Na série,o  funcionamento das voltas no tempo se baseiam em um simbolo de grande valor.

O Triquetra é de origem Celta e claro foi absolvido na Wicca e Ocultismo em geral, o seu significado está baseado na Trindade , representa as 3 dimensões do mundo material e como elas estão ligadas no Infinito. 
Existem 3 épocas que na história estão conectadas,
e um intervalo de 33 anos. 


Quando se trata de 3 dimensões, estamos falando de Mundo Material, portanto Tempo é um elemento da nossa realidade em que o homem pode perceber e marcar os fenômenos.

 E por ser um elemento da Matéria, estamos fundamentalmente presos a ele,  que dentro dele nascemos, crescemos e morremos tudo baseado nesta medida. 

Mas o tempo é um dos elementos que consiste na  Lei do Kharma, estamos sujeitos a esta lei devido a nossa etapa evolutiva da humanidade, isso significa que além estarmos encarnados para expiar nossa experiencia, isto é, aprender, ensinar, erra e acertar em  valores e virtudes, também temos  um tempo para isso. 


O Tríquetra mostra quais as épocas estão vinculadas, e para cada uma tem um espaço de 33 anos, então, a cada 33 anos acontece um loop que reflete na cidade de Winden  inteira e todas as pessoas estão de alguma forma envolvidas. 

O intrigante é que este ciclo de 33 anos é mesmo ciclo de Saturno, na Astrologia, Saturno é Crônus o Tempo, o Mestre, e também o Senhor do Kharma.

 

Existe uma linha da Astrologia, e Astrologia Kármica, que 
estuda os movimentos de Saturno no seu mapa. 


Quando uma pessoa completa 33 anos (não exatamente) nessa idade  a Revolução Solar, o Aniversário o mapa da pessoa fica exatamente como estava quando ela nasceu, por isso é um marco forte para pessoa e costuma vir grandes desafios e mudanças na personalidade de acordo com o que ela vinha cultivando, ou seja, o ciclo se Saturno se fecha e com ele trazendo todos os influxos kármicos do que se já tem em essência e o que se adquiriu sendo bom ou ruim.


 O retorno de Saturno, É basicamente quando você "paga" ou "recebe"
da vida , e ele vem cobrar. 
 


Então tudo indica que, pensando do ponto de vista do Kharma, a história mostra exatamente como ele funciona, as épocas entrelaçadas são acontecimentos que tendem a se repetir devido ao não entendimento da verdadeira natureza das coisas, portanto a dúvida, gera a insatisfação que pode ser observada no sofrimentos dos personagens afetados diretamente pelo loop



Considerando a Reencarnação como parte fundamental da lei do Kharma, no Espiritismo, Taoismo, Hinduísmo e principalmente no Budismo é possível observar que o "loop" é uma expressão ainda material de como esse ciclo funciona, a série aborda a Viagem no Tempo, mas para quem pode enxergar é uma grande explicação de como a roda de Samsara está inserida na nossa vida. 


Roda de Samsara, é um Mandala budista tibetana que demonstra 
o ciclo reencarnatório baseado na lei do kharma.



No decorrer, quando o Jonas se aprofunda na busca para parar este ciclo, ele descobre que ele mesmo em tempos diferentes já  vinha tentando fazer isso desde sempre, e o mesmo acontece quando A Martha em uma outra linha de realidade no qual foi criada, (o 1 forma o 2) também está em busca de finalizar o ciclo mas de uma outra maneira. 


Tais colapsos servem para estimular o homem a buscar  razões  mais
avançadas para viver 




No final das contas uma terceira pessoa, Claudia Tiedeman, consegue ter uma visão mais ampla e perceber que na verdade eles dois eram o problema, que não adiantaria eles continuarem naquela busca porque todos os dois mundos foram criados de uma maneira errônea, portanto os dois eram "errados" em relação ao continum. 

Um afirmação contundente para tomarmos consciência
da Lei de Cause e Efeito



A grande reflexão e uma lição também, é que dentro do ciclo Khármico há o  livre arbítrio, só que este existe de uma maneira condicionada às nossas tendencias, isto é, que se mantermos uma mesma convicção, uma crença , que se enraíza em locais obscuros da nossa Alma cujo ainda estão fortes e atuantes durante muitas  e muitas vidas, o desejo de mudar o seu destino, fazer mudanças exponenciais na sua vida, que poder ser como parar essa Roda de Samsara, o ciclo de Reencarnação ou simplesmente parar de cometer os mesmos erros, eles nunca irão se resolver, pois o "errado" é sempre o sujeito.

O início dos mundos criados pela maquina do H.G.Tannhaus, foi a partir de uma perda grande que ele teve de seu filho e neta em um acidente, movido por essa dor e usando sua genialidade ele foi capaz de criar uma maquinário que distorce o tempo e o espaço, para tentar trazer de volta os parentes perdidos, só que é isso que acaba por criar as duas realidades paralelas e que no entanto todos que fazem parte dela, ninguém entende nada. 


Essa origem, pode ser comparada a criação do Universo dual que vivenciamos, na cosmologia taoísta o Tao é o Um, e o Um formou o Dois que é o Yin e o Yang, destes Três, formou-se todas as coisas. 




Mas nessa ocasião, mesmo fazendo parte do princípio universal, estas realidades foram criadas a partir do Sofrimento, no budismo o Sofrimento Dukha, ou Insatisfação, é a origem de todas as misérias, o sofrimento é oriundo da Ignorância, isto é, Ignorância  aos ciclos supra reais da existência, da origem da vida e  morte, a vida a após a morte e a nossa verdadeira missão aqui neste plano, por isso, quando se estuda budismo, a primeira coisa  a se fazer é buscar o autoconhecimento e alongar sua mente para compreender a Verdade e logo ficar em Paz. 

Porém, mesmo com toda o conhecimento de Tannhaus, ele não pode lidar com a perda e partir daí já se sabe. 
H.G. Tannhaus | Dark Wiki | Fandom
H.G Tannhaus (as mesmas iniciais de H.G Wells)

Nós estamos na Era das Trevas, na linguagem esotérica, ou Expiação como os Espíritas costumam dizer,  o homem ainda não tem total consciência do Espírito e suas realidades extra-físicas , portanto existe medo da morte e muitas dúvidas a respeito da existência. 

Na fase medieval até o seculo 19 e 20  houve grandes filósofos existenciais que abordaram fortemente essa questão, acredita-se que devido a precaridade dos deslocamentos e falta de comunicação como temos hoje, os filósofos não poderiam estudar as linhas orientais a fim de agregar seus estudos, pois se Kant ou Schopenhauer se encontrasse com Gurus e Mestres da sabedoria antiga talvez seus questionamentos sobre o Sofrimento do Homem  avançariam. 


Isso significa que temos que mudar o modo que 
pensamos, as nossas crenças mais profundas,aí sim 
a mudança no destino acontece.



As linhas de sabedoria oriental são realmente avançadas pois elas podem sanar muitas questões da Filosofia Renascentista e até a Clássica, podemos ver o impacto que o mundo teve quando os Gurus começaram a vir para o Ocidente na década de 60. 

Mas sanar as questões significa avançar  para nova questões

  
Ainda estamos no Umbral Espiritual, a consciência do Espírito ainda não foi concluída, talvez a grande diferença de agora para idade média é que temos mais conforto, tecnologia e facilidade de comunicação, e  mesmo assim não houve  melhora, o que houve foi agora podemos assistir  o que realmente sempre aconteceu. 

O tempo é mestre, e o seu  grande ensinamento 
é que nada é permanente


E isso  não é por acaso, é tempo de tomar consciência que nossas ações têm resultados efetivos e o que essa série pode ensinar é que não adianta querer parar ou destruir ou forçar o mundo a mudar, é nós que temos que na humildade perceber que estamos errados, e perceber isso talvez seja uma atitude corajosa para abrir os olhos e ainda enxergar a penumbra da existência e esse passo tem que ser dado, mesmo que seja tateando ao redor, pois a meta de todos e todas é sair das Trevas, Dark





Se você gostou dessa análise, compartilhe e com seu circulo social. 

Caio. H. Elil